Insuficiência Cardíaca

Qual o risco do paciente morrer após uma hospitalização por insuficiência cardíaca?

Escrito por Humberto Graner

Esta publicação também está disponível em: Português

Estudo revela que 25% dos pacientes com insuficiência cardíaca morrem dentro do primeiro ano após a primeira hospitalização.

De acordo com um estudo publicado online no JACC: Heart Failure, globalmente, um em cada quatro pacientes com insuficiência cardíaca não sobrevive ao primeiro ano após a sua primeira hospitalização relacionada com essa condição.

O estudo, liderado por Bozkurt e colaboradores, analisou reinternações, custos hospitalares, prescrição de tratamentos recomendados por diretrizes, e a taxa de mortalidade após a hospitalização por insuficiência cardíaca. A pesquisa abrangeu registros eletrônicos de saúde e dados de sinistros de 263.525 pacientes adultos no Japão, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos, que tiveram alta de uma primeira hospitalização por insuficiência cardíaca entre 2018 e 2022.

Os resultados revelaram que 28% dos pacientes faleceram durante o primeiro ano após a hospitalização por insuficiência cardíaca (taxa de eventos: 28,4% para cada 100 pessoas-ano). Além disso, muitas das re-hospitalizações no mesmo período foram devido à nova descompensação da insuficiência cardíaca (taxa de eventos: 13,6% para cada 100 pessoas-ano) e doença renal crônica (taxa de eventos: 4,5% para cada 100 pessoas-ano). Tanto a insuficiência cardíaca quanto a DRC concomitante aumentaram os custos de saúde. Poucas mudanças foram observadas entre 2020 e 2022 no uso de inibidores do sistema renina-angiotensina, sacubitril/valsartana, betabloqueadores e antagonistas dos receptores mineralocorticoides. No entanto, a prescrição de inibidores da SGLT2 aumentou de duas a sete vezes.

Os autores destacam a alta taxa de riscos e custos de reinternações por insuficiência cardíaca após a hospitalização e a falta de mudanças significativas na prescrição de tratamentos recomendados por diretrizes no ano seguinte à alta. Isso ressalta a necessidade de considerar a implementação precoce e mais ampla testes tratamentos para gerenciar riscos e reduzir custos.

Perspectivas:

Existem muitas barreiras para o início rápido do tratamento recomendado por diretrizes após uma primeira hospitalização por insuficiência cardíaca. Isso pode incluir percepções sobre a segurança e eficácia destas terapias no cenário agudo, falta de planos de cuidados estratégicos, falta de equipe com conhecimento e experiência para implementá-los, percepções negativas de pacientes e médicos sobre medicações específicas, e desafios impostos por um falta de acesso a cuidados ideais de IC. Este estudo destaca a necessidade de abordar essas barreiras para o atendimento ideal, a fim de melhorar os resultados dos pacientes e usar os recursos de saúde com sabedoria. Isso exigirá planejamento, organização e implementação eficazes e auditoria transparente.

Referência

Bozkurt B, Savarese G, Adamsson Eryd S, et al. Mortality, Outcomes, Costs, and Use of Medicines Following a First Heart Failure Hospitalization. J Am Coll Cardiol HF. Ahead of print. https://doi.org/10.1016/j.jchf.2023.04.017

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Sobre o autor

Humberto Graner

Co-Editor do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Medicina Intensiva
Professor das Faculdades de Medicina da UFG e UniEvangélica (Goiás)
Doutor em Ciências pelo InCor-HCFMUSP
Fellowship em Coronariopatias Agudas pelo InCor-HCFMUSP
Coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein - Unidade Goiânia (GO)
Pesquisador da ARO (Academic Research Organization) - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo (SP)

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