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Indicações de Dapagliflozina no SUS são Ampliadas. Veja Detalhes!

Escrito por Humberto Graner

Esta publicação também está disponível em: Português

Em 28 de fevereiro de 2024, o Ministério da Saúde do Brasil divulgou uma atualização crítica no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o manejo do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa atualização é especialmente relevante para nós, considerando a intrínseca ligação entre diabetes, morbidade e mortalidade cardiovascular.

Com uma prevalência de 5,8% no Brasil, o DM2 afeta aproximadamente 12 milhões de brasileiros, com um registro de 659 mil novos casos em 2019. A associação do controle inadequado do DM2 com complicações micro e macrovasculares significativas, incluindo doença cardiovascular aterosclerótica, retinopatia, nefropatia, e neuropatia, é bem conhecida.

Neste contexto, o destaque da atualização do PCDT é a ampliação das indicações de dapagliflozina (um inibidor da SGLT2) a ser disponibilizada pelo SUS. Anteriormente, o uso da dapagliflozina estava recomendado para pacientes com DM2, com idade igual ou superior a 65 anos e doença cardiovascular estabelecida que não conseguiram controle adequado em tratamento otimizado com metformina e sulfonilureia.

Agora, o critério para a prescrição de dapagliflozina pelo SUS inclui pacientes com DM2 que não alcançaram controle glicêmico adequado com a combinação de Metformina + Sulfonilureia, além de um dos seguintes:

  • Idade ≥ 40 anos + doença cardiovascular estabelecida definida por:
    • Infarto agudo do miocárdio ou angina, cirurgia de revascularização do miocárdio ou angiosplastia das coronárias;
    • Acidente vascular cerebral isquêmico ou ataque isquêmico transitório;
    • Insuficiência cardíaca com fração de ejeção < 40%)
  • Idade ≥ 55 anos (homens) ou ≥ 60 anos (mulheres) + fator de risco cardiovascular:
    • Hipertensão arterial sistêmica;
    • Dislipidemia;
    • Tabagismo.

Importante observar, a atualização também revisou o uso da dapagliflozina em pacientes com taxa de filtração glomerular (TFG) reduzida. Anteriormente contraindicada para TFG < 45 ml/min, a nova diretriz ajusta o limiar para uso em pacientes com doença renal crônica naqueles com  TFG < 25 ml/min.

Esta mudança nas diretrizes é um passo promissor para o manejo do DM2, oferecendo esperança de melhor controle glicêmico e redução nas taxas de complicações para um número significativo de pacientes usuários do SUS. É essencial que estejamos atualizados com estas diretrizes para otimizar o cuidado de nossos pacientes com DM2, alinhando o tratamento com as evidências mais recentes e relevantes.

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Sobre o autor

Humberto Graner

Co-Editor do site Cardiopapers
Especialista em Cardiologia e Medicina Intensiva
Professor das Faculdades de Medicina da UFG e UniEvangélica (Goiás)
Doutor em Ciências pelo InCor-HCFMUSP
Fellowship em Coronariopatias Agudas pelo InCor-HCFMUSP
Coordenador do Pronto Atendimento do Hospital Israelita Albert Einstein - Unidade Goiânia (GO)
Pesquisador da ARO (Academic Research Organization) - Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo (SP)

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